Nascido em Viena, no dia 1º de fevereiro de 1939, formado em Física Teórica em sua cidade natal, em 1966, atualmente Fritjof Capra dirige o “Center For Ecoliteracy”, do qual foi fundador, em Berkeley, na Califórnia, que apoia e promove a educação que visa uma vida mais sustentável. Sua fama mundial começou com a publicação de seu livro “O Tao da Física” (The Tao of Physics), em 1975, onde compara a física moderna e as filosofias orientais. Lançado por uma pequena editora, sem nenhuma publicidade, o livro tornou-se um sucesso na propaganda boca a boca, até ser comprado por uma grande editora. Em seu segundo livro, “O Ponto de Mutação” (The Turning Point), de 1982, ele apresenta seu pensamento sistêmico, em oposição ao sistema cartesiano-reducionista, que defende ser impossível conhecer o todo através das partes, e demonstra sua aplicação em diversos campos do conhecimento humano, da medicina à economia, passando pela biologia e a psicologia.


A “Teia da Vida – Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos” foi seu quinto livro, lançado depois dos dois citados acima e mais “Sabedoria Incomum” (1988) e “Pertenço ao Universo” (1991). No livro, Capra demonstra que a vida no nosso planeta funciona como uma rede viva, onde os organismos vão se relacionando e se modificando através dessas relações. O livro é dividido em quatro partes, com número variado de capítulos, em um total de doze. É o tipo de obra que é apresentada na academia de forma extracurricular, por algum professor de ideias mais abertas.
Na primeira parte é composta apenas pelo primeiro capítulo, intitulado “Ecologia Profunda, Um Novo Paradigma”, ele aponta soluções para a crise de percepção pelo qual passa a ciência e a sociedade. Ele propõe uma mudança de prioridade, onde as questões não podem ser respondidas sem o conhecimento do todo, pois tudo está interligado e as partes são interdependentes, ao contrário do pensamento newtoniano-cartesiano. A partir daí, sua proposta é uma visão ecológica do mundo, baseando-se na ecologia profunda, proposta pelo filósofo e ecologista norueguês Arne Naess, onde cada organismo é apenas um fio da teia da vida, incluindo os humanos. Segundo Capra, essa mudança de paradigma exige não só uma mudança de percepção e pensamento, mas também de valores.
Assista a participação de Fritjof Capra no RODA VIVA
Leia outros posts da MACONHARIA420

CHARLES DARWIN: A ORIGEM DAS ESPÉCIES (1859)
Charles Darwin, com sua Teoria da Seleção Natural, revolucionou o conhecimento humano.

ALDOUS HUXLEY: AS PORTAS DA PERCEPÇÃO (1954) E CÉU E INFERNO (1956)
Aldous Huxley nasceu em Godalming, na Inglaterra, no dia 26 de julho de 1894, era neto do famoso biólogo Thomas Henry Huxley, grande defensor da “Teoria da Evolução” de Darwin, e sobrinho do romancista Humphrey Huxley. Graduou-se em literatura inglesa em Oxford e tornou-se um escritor de fama mundial após a publicação “Admirável Mundo Novo”

WILLIAM SHAKESPEARE: CINCO LIVROS PARA CONHECER O ESCRITOR.
Restam poucos dados sobre sua vida privada, mas sobram especulações sobre sua identidade e autoria de sua obra. Uma teoria diz que Francis Bacon seria autor de parte de sua obra, ou toda ela, ou que ele, na verdade, era a Rainha Isabel disfarçada, ou que William Shakespeare seria o pseudônimo do poeta e dramaturgo Christopher Marlowe.
A segunda parte do livro é composta de três capítulos. O segundo capítulo, “Das Partes Para o Todo”, mostra como ocorreu essa mudança de paradigma mecanicista para o ecológico, através da biologia e a concepção dos organismos vivos como totalidades integradas, enriquecida pela psicologia da Gestalt e pela ciência da ecologia, que introduz o conceito dos sistemas vivos como redes, mostrando que na natureza não existe hierarquia. O terceiro capítulo, “Teoria Sistêmica”, ele apresenta a teoria do pensamento sistêmico, além de versar sobre as concepções do biólogo norueguês Ludwig von Bertalanffy sobre um sistema aberto e de sua teoria geral dos sistemas. O quarto capítulo, “A Lógica da Mente”, inclui a cibernética no pensamento sistêmico e sua tentativa de expressar os fenômenos mentais em linguagem matemática.
A terceira parte do livro começa no quinto capítulo, “Modelos de Auto-Organização”, que fala sobre a influência que o pensamento sistêmico teve sobre a engenharia e a administração, na solução de problemas práticos. O sexto capítulo, “A Matemática da Complexidade”, aborda os novos modelos e ferramentas matemáticas utilizados na complementação da eficiência dos sistemas auto organizadores, uma nova matemática focada nas relações e nos padrões.
Os físicos não necessitam de misticismo, e Místicos não necessitam de Física, mas a humanidade necessita de ambos.
Fritjof Capra – O Tao da Física
A quarta parte do livro começa no capítulo sete, “Uma Nova Síntese”, onde ele discute sobre a definição de vida, através da abordagem filosófica da ecologia profunda, incluindo uma linguagem matemática apropriada, com uma visão não-mecanicista e pós-cartesiana. No oitavo capítulo, “Estruturas Dissipativas”, ele retorna aos “sistemas abertos” de Bertalanffy e apresenta a “teoria das estruturas dissipativas” do químico russo Ilya Prigogine. No nono capítulo, “Autocriação”, Capra se aprofunda nas estruturas dissipativas de Prigogine e abre discussão sobre a “teoria da autopoiese” criada pelo neurobiólogo chileno Humberto Maturama e pelo biólogo e filósofo chileno Francisco Varela.

O décimo capítulo, “O Desdobramento da Vida”, aborda as teorias evolucionistas, como as de Lamarck e Darwin, através do pensamento sistêmico. No capítulo onze, “Criando o Mundo”, o assunto é a “teoria cognitiva”, originada na cibernética, aqui usada através de uma perspectiva interdisciplinar sistêmica. Por fim, o último capítulo, “Saber que Sabemos”, a abordagem sobre a “teoria da cognição” de uma forma mais ampla, em uma escala cósmica, e suas implicações na compreensão dos processos biológicos.
Algum conhecimento científico pode facilitar a compreensão de algumas partes do livro, mas o achei menos complicados do que os seus primeiros livros, onde a abordagem estava mais voltada para a física. Ele apresenta, da forma mais acessível possível, assuntos complexos de biologia, tornando quase impossível que o leitor não passe a ver o funcionamento do mundo de uma forma diferente, mais plausível em muitos sentidos.
O racional e o intuitivo são modos complementares de funcionamento da mente humana
Fritjof Capra
Se inscreva e receba as novidades por e-mail
Conheça o POTCAST – O Podcast da Maconharia420
